Irena Sendler
“ A razão pela qual resgatei as crianças tem origem no meu lar, na minha infância. Fui educada na crença de que uma pessoa necessitada deve ser ajudada com o coração, sem importar a sua religião ou nacionalidade. - Irena Sendler ”
Escrever para sempre lembrar:
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Deborah Viana
on quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
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Deborah Viana
on quarta-feira, 6 de outubro de 2010
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A culpa é de quem não possui a culpa.
A culpa é do calor...
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Deborah Viana
on sexta-feira, 21 de maio de 2010
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Por que pessoas inteligentes tomam decisões erradas? Será que acontece por confiar na experiência ao avaliar uma situação nova ou viés causado por interesse pessoal, e também há a questão da prisão dos pré-julgamentos equivocados.
Depois de um tempo pensando percebi que as minhas piores decisões aconteceram por causa do calor. De tão perturbada e agoniada para sair daquela situação o problema ficava em segundo lugar.
Esse clima quente acaba com a paciência, descompassa o raciocínio lógico e transfigura o certo.
Depois de um tempo pensando percebi que as minhas piores decisões aconteceram por causa do calor. De tão perturbada e agoniada para sair daquela situação o problema ficava em segundo lugar.
Esse clima quente acaba com a paciência, descompassa o raciocínio lógico e transfigura o certo.
Minha Filha Poderá Viver Só
Em casa a minha mãe sempre teve o hábito de ler a revista Seleções, todo o mês ela comprava um exemplar, e no vácuo eu também sempre lia. E acabei me viciando nesse livrinho desde os 10 anos de idade.
Hoje durante o almoço, a mamãe tirou de dentro de uma sacola várias Seleções e começou a contar que elas eram das décadas de 40, 50 e 60.
Fiquei impressionada e encantada com as fotografias, as propagandas, as histórias e o vocabulário.
Peguei uma para ler de Março de 1948, e um texto chamou a minha atenção.
Eu me vi em muitas partes dele em relação a questão de “aprender a viver só”, pois sempre pensei dessa forma, a necessidade do ser humano de ser independente, de saber alimentar a sua alma, sem sempre precisar de outra pessoa para isso. Acho que hoje em dia a falta de auto complementação espiritual está em falta.
É também interessante ver o papel da mulher na década de 40, e as suas principais necessidades.
Eu reescreveria esse texto com outras palavras, mas não mudaria a sua essência. Sempre me empolgo quando encontro algo que complementa os meus pensamentos.
Por isso tive vontade de transcreve-lo:
Minha Filha Poderá Viver Só
Condensado de Woman´s Home Companion – Por David L. Cohn
(Publicado na revista Seleção em Março de 1948)
Certa vez, depois de jantar com uma das mulheres mais sensatas que conheço, ficamos conversando longamente sobre sobre um assunto que sempre interessou a humanidade – como ser feliz na vida. E ouvi-lhe este observação que me impressionou pela a sua sabedoria: “Estou educando a minha filha para viver sozinha.”
Não queria dizer com isso que desejava ver a menina ficar solteirona ou fazer-se freira. Sua esperança é que a filha se case, tenha um lar, filhos, viva plenamente a vida. Mas acha que um dos meios de ter felicidade e harmonia entre os membro da família é saber viver só.
Raramente a mulher encontra no marido interesses idênticos aos seus, ou as qualidades sonhadas na juventude. O casamento, entretanto, não tem que ser infeliz por causa dessas falhas. Pode muito bem torna-se fonte de felicidade e dum ambiente gerador de confiança, tão essencial à boa formação dos filhos.
Aprender a viver só, significa achar do nosso próprio espírito e imaginação, uma existência plenamente satisfatória, sem por isso recusar qualquer coisa aos outros. Mental e espiritualmente, equivale a termos para o nosso uso exclusivo um quarto numa casa repleta de atividades infantis e de objetos de uso das crianças.
Neste sentido “viver só” significa, em parte, capacidade de achar prazer em pequenas coisas. Os que cultivam o tesouro da vista e da audição não sofrem de tédio nem de fadiga espiritual. Para eles, a forma caprichosa duma nuvem, o jogo de luz e sombra numa paisagem de inverno, a poesia dum jardim na primavera, deliciam o espírito, refrescam a alma e criam um novo mundo. São prazeres que nada pode corromper ou remover, que não dependem de dinheiro nem de equipamento material. São prazeres de todas as idades e de todos os tempos, que nos permitem conservar na idade madura a herança preciosa de nossa infância – a capacidade de enxergar o mundo com olhos admirados.
Os livros são indispensáveis à arte de viver só, livros que amenizam e aquecem um mundo hostil e frio; que trazem para nosso lado os mais nobres espíritos e os mais magnânimos corações do mundo; que nos dão acesso imediato às mais eloquentes vozes, aos mais alegres companheiros.
Os livros nunca falham na tarefa de nos levantar o ânimo.
Neste variado mundo interior existem também tais tesouros de música, escultura, pintura, arquitetura e ciência, que ninguém será levado a viver de maneira mesquinha e estreita, a não ser que deliberadamente se condene à pobreza de espírito.
Era a tudo isso que minha amiga se referia ao dizer que estava educando a filha para viver só. Desejava dotá-la duma prenda que por sua própria natureza se tornasse, com o decorrer do tempo cada vez mais valiosa. Além disso, moviam-na outras considerações, aplicáveis a todos nós.
Cada um de nós está, de certa maneira, encarcerado na cela de seu cérebro. Tentamos fugir ao cativeiro por meio do amor, da simpatia, da afeição, da compreensão; de conversas, em que expressamos nossa personalidade e escutamos as explicações dos outros. Nunca, porém, se obtem fuga completa. Em vão procuramos tocar corações alheios, em vão tentam eles tocar os nossos. É aconselhável, portanto, que nos preparemos para o mundo dentro das paredes da prisão de nosso próprio ser.
Não somente estamos isolados, neste sentido, como estamos impossibilitados de evitar doenças, perda de faculdades físicas, morte de entes queridos, talvez reverses financeiros. Como poderemos deixar de constituir um peso para nossos amigos e parentes? O recurso está em desenvolvermos plenamente o espírito e a capacidade de viver sozinhos.
Finalmente, a mulher tem de preparar-se para a fase de vida, mais precoce para ela que para o homem, em que já não poderá confiar nas graças físicas como fonte de companheirismo conjugal, de amizade com outras pessoas, de camaradagem com os filhos. Se não estiver preparada, pode, aos cinquenta anos, ver-se distante do mundo, seca, terrivelmente entediada. Mas o paradoxo está em que se estiver pronta para essa emergência, nunca terá de viver sozinha, porque onde quer que vá há de levar consigo um mundo interior fértil, transbordante. Não importa qual seja sua idade e sua aparência, será sempre bem recebida como mulher amável, alegre, estimulante, atraente. Manterá o interesse do marido, a camaradagem dos filhos, desfrutará a amizade dos que sentem o calor reconfortante vindo de seu espírito largo e de seu coração terno.
Para nossa felicidade, existem dessas mulheres em toda parte – mulheres interiormente felizes, encanto da sociedade, ornamento de nossa civilização.
Palavras.
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Deborah Viana
on quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
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liberdade...
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Uma palavra pode mudar o dia, a noite ou até mesmo a semana.
Quando abruptamente ela chega arrastando tudo e explodindo no peito, eu sempre saio cantando qualquer música que naquele momento acaba se tornando a minha favorita.
Poderia ser até mesmo um inglês mais formal, as coisas seriam bem mais geladas e racionais.
Pode até ser um filme ruim, com péssima fotografia ou trilha sonora, mas com um conteúdo salvador e dessa forma ele pode se tornar o meu filme ruim. O importante é que a obra fez parte da contextualização da minha realidade naquele momento oportuno e a minha capacidade cognitiva aumentou de forma considerável ao meus olhos e conseguiu extrair um pingo de orgulho deles.
É como acordar com um objetivo fixo na cabeça, que acaba se tornando o tema do seu episódio do dia, todos os pensamentos, diálogos e lugares giram ao redor dele. Como uma narração perfeita, mas melhor do que isso é só uma dissertação impecável com o tema bem explicitado e com todos os argumentos em perfeita sintonia e em absoluta defesa, a conclusão seria a sua satisfação de missão cumprida ao deitar a cabeça no travesseiro.
Que tal ter a disciplina e a concentração para poder realizar essa missão complexa todos os dias? Com toda a certeza qualquer um seria destaque no que fosse fazer.
No trânsito uma mulher começou a perseguir um carro com um pedaço de plástico de tamanho considerável preso no pneu, em um sinal o carro parou e a mulher parou atrás dele, desceu do carro e arrancou plástico alheio e voltou aliviada e satisfeita para o seu automóvel.
Sob o meu ponto de vista essa pessoa é doente, pelo o dela o sentimento de vitoria e de realização estava estampado, tudo depende do ponto de referência.
Gosto de gente com a mesma visão que a minha, me sinto bem e tenho vontade de estar sempre perto, mas as pessoas de visões diversificadas me fazem aprender a suportar ou amar a diversidade, o problema é que convívio não dura muito tempo, pois a tolerância esgota e é meio amarga. Mas a experiência é válida.
A questão é que esse texto não tem linearidade.
Só compus porque estou feliz nesse momento e a única forma que consegui extravasar foi através DISSO.
Violon d’Ingrés
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Deborah Viana
on quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Minha obra favorita de Man Ray : Violon d’Ingrés (1924).
Man Ray foi um artista prodigioso da Fotografia Dadaísta-Surrealista,nesta obra é perfeita a dicotomia do ser/parecer através dos F-holes.
Ela parece ser um violino, mas é apenas uma representação do que é um violino.
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"Em lugar de pintar pessoas, comecei a fotografá-las, e desisti de pintar retratos ou melhor, se pintava um retrato, não me interessava em ficar parecido. Finalmente conclui que não havia comparação entre as duas coisas, fotografia e pintura. Pinto o que não pode ser fotografado, algo surgido da imaginação, ou um sonho, ou um impulso do subconsciente. Fotografo as coisas que não quero pintar, coisas que já existem."(Man Ray)
O que nunca aconteceu.
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Deborah Viana
on quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
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Dedicado a alguém...
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E o sonho continuava a me perseguir. Eu queria esquecer conscientemente, mas o meu inconscientemente nunca deixava passar.
Na mesma hora que bati os olhos me encantei fácil mesmo não conhecendo. Depois de um tempo começamos a conversar através de palavras escritas que sempre foram medidas, pela a nossa parte, devido a situação em que nos encontrávamos.
Até que as palavras pausaram por algum tempo e depois voltaram com uma surpresa: você sentiu vontade de ler mais coisas minhas.
Confesso que isso me encantou.
Foram duas pessoas estranhas que se deram bem, mesmo com pouco contato.
Sinto saudades do que nunca aconteceu.
Déborah Viana
*Foto - Renan Viana (ActionSampler)*
É a forma, a própria ideia e conceito.
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Deborah Viana
on terça-feira, 5 de janeiro de 2010
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Chuva depois das três...
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Desgovernada a mão inconsciente traça meandros, ocupando espaços verbais, desmontando a linearidade da frase. Que não tem, na verdade, o menor sentido. Ou propósito. A não ser o de existir no papel.
O desenho é liberdade de gesto, é ao mesmo tempo esboço e obra sem intenção consciente. A figura não verbalizável e sem conceito que o anteceda.
O papel é o começo de tudo e dá oportunidade de fazer o gesto sem proposta.
Deborah Viana
*Foto - Renan Viana(Holga CFN - 120)*
Manual de Compras
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Deborah Viana
on sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
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Cotidiano...
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Viajei através de passagens compradas em promoção com destino Rio de Janeiro. Para começar me colocaram no último assento do lado do banheiro, a poltrona da mulher da frente estava totalmente dobrada para cima do meu nariz. Ou seja: viajei cheirando uma poltrona mofada, sem espaço para as minhas pernas, sendo acordada da pior maneira a cada descarga dada ao lado. Resumindo: Viajei de carona!
Sem falar no cara que estava sentado a esquerda, que era bem maior do que eu e ficava encostando a cabeça no meu ombro. Começou a puxar papo falando bem alto que adora ficar com mulheres mais novas, contou uma piada racista que me fez sentir vergonha por participar daquela conversa mesmo como uma simples ouvinte compulsória, nessas horas é que desejo ser grossa, ainda mais por causa do péssimo hálito que o sujeito possuía, esperei ele dar uma brecha para puxar o fone e ligar o ipod para não acabar com o resto do meu humor.
Acho que um lugar no bagageiro junto com o Fila que estava no mesmo avião seria bem mais confortável.
Resolvi ir ao banheiro e olhar o que tanto encantava as pessoas por trás daquela porta. Quando girei a maçaneta saiu uma coreana meio suspeita do local cheia de sacolas na mão.
(Coreana) - OLÁ, OLÁ! QUER OLHAR ? QUER OLHAR?
Bom, tive uma reação assustada com a gritaria da mulher baixinha, com corte de cabelo cuia e resolvi aceitar, pois tinha que seguir a regra de comprar coisas que nunca compraria na minha cidade, somente para saborear o sentimento libertino de poder tudo longe da prisão domiciliar.
(Coreana) -MUITA CANETA! DEMAIS CANETA! OLHA! OLHA!
A baixinha puxou canetas de todos os tipos. Já estava sentindo a minha relação de consumo se manifestar. Resolvi perguntar se também tinha carga para vender.
(Coreana) – PRESTA SIM! RISCA, RISCA, RIIIIIISCA!
Fiquei meio desconfiada por ela responder algo completamente diferente do que tinha perguntado, fiz a sua vontade e risquei para testar o produto, depois repeti a indagação.
(Coreana) – NÃO TEM VREMELHAAA!
Certo! A cabelo de cuia não sabe falar português, só sabe vender como português. Comprei duas que pareciam ser falsificação de uma que o meu pai tem, acabei falando isso em voz alta, pois já estava mais do que constatado que a baixinha não falava a minha língua. Foi quando veio a fúria:
(Coreana) – FALSIFICAÇÃO NO! É CHING-LING!
Puxou o dinheiro da minha mão, enfiou as canetas dentro de uma sacola de papel e voltou para o banheiro.
Aprendi três coisas:
1- Ir a um banheiro aberto ao público apenas por curiosidade e não por necessidade não vale a pena.
2- Não tente contradizer um vendedor estrangeiro que não fala a sua língua. É perda de tempo.
3- Nunca fale a palavra “falsificação” para um vendedor. Não importa o país, ele sabe o significado em todas as línguas. Use Ching-ling porque é um eufemismo aceito pela a classe.
Voltei para o meu lugar meio frustrada com o acontecimento, no final das contas realmente queria as cargas para as minhas novas canetas.
Quando já estava conseguindo cochilar, lembrei de um fato importante: que eu nunca mais poderia usar o banheiro do avião porque tinha uma coreana sacoleira e ressentida trancada nele. Foi o estopim para ficar imediatamente apertada.
Por que sou assim? É só saber que não tem banheiro para ter vontade, ou que não tem água para sentir sede.
E ainda veio uma outra pergunta:
O que diabos essa coreana fica batendo a descarga a cada cinco minutos?
Eu tinha que perguntar isso para aquela vendedora, a minha curiosidade foi atiçada outra vez. Pensei em um plano! Decidi mandar um bilhete anônimo para alguma aeromoça denunciando que havia uma coreana vendendo canetas ching-ling dentro do toilet(nome mais chique), que batia a descarga a cada cinco minutos tirando o sossego dos passageiros e que os mesmos exigiam uma explicação concreta para tanta descarga.
Ócio dentro do avião causa isso. Mandado o bilhete não demorou muito para duas aeromoças irem em direção ao local. Banquei a discreta para que ninguém desconfiasse, principalmente a sacoleira. Não estava preparada para uma praga oriental forte.
Passado um longo tempo, finalmente as aeromoças voltaram para os seu postos, mas nada da pequena pessoa. Olhei para a portinha que estava aberta (automaticamente a vontade passou).
O que aconteceu com a pobre coreana? Colocaram ela para viajar com o Fila?
Depois dessa resolvi tomar um dramin e capotar, essa história já estava me consumindo.
Quando chegamos fui direto pegar a minha única mala despachada.
Vinte minutos esperando e nada da minha bolsa aparecer na esteira, já estava preocupada porque só tinha eu e mais três pessoas esperando, sem contar com um saco aparentemente sem proprietário, do tamanho de um corpo, enrolado em fita adesiva, que já estava na sua décima rodada .
Quando finalmente apareceu a minha bagagem, já não tinha mais ninguém esperando e o saco continuava a rodar. O que tem de tão comprometedor naquilo para o dono não se manifestar?
Até que veio uma luz na minha cabeça que me fez tremer e soltar:
- Coreanazinha???????????
*Foto: Renan Viana*