RSS

Violon d’Ingrés


Minha obra favorita de Man Ray : Violon d’Ingrés (1924).

Man Ray foi um artista prodigioso da Fotografia Dadaísta-Surrealista,nesta obra é perfeita a dicotomia do ser/parecer através dos F-holes.
Ela parece ser um violino, mas é apenas uma representação do que é um violino.

____________________________________________________________________
"Em lugar de pintar pessoas, comecei a fotografá-las, e desisti de pintar retratos ou melhor, se pintava um retrato, não me interessava em ficar parecido. Finalmente conclui que não havia comparação entre as duas coisas, fotografia e pintura. Pinto o que não pode ser fotografado, algo surgido da imaginação, ou um sonho, ou um impulso do subconsciente. Fotografo as coisas que não quero pintar, coisas que já existem."(Man Ray)

O que nunca aconteceu.


E o sonho continuava a me perseguir. Eu queria esquecer conscientemente, mas o meu inconscientemente nunca deixava passar.
Na mesma hora que bati os olhos me encantei fácil mesmo não conhecendo. Depois de um tempo começamos a conversar através de palavras escritas que sempre foram medidas, pela a nossa parte, devido a situação em que nos encontrávamos.
Até que as palavras pausaram por algum tempo e depois voltaram com uma surpresa: você sentiu vontade de ler mais coisas minhas.
Confesso que isso me encantou.
Foram duas pessoas estranhas que se deram bem, mesmo com pouco contato.
Sinto saudades do que nunca aconteceu.

Déborah Viana

*Foto - Renan Viana (ActionSampler)*

É a forma, a própria ideia e conceito.


Desgovernada a mão inconsciente traça meandros, ocupando espaços verbais, desmontando a linearidade da frase. Que não tem, na verdade, o menor sentido. Ou propósito. A não ser o de existir no papel.
O desenho é liberdade de gesto, é ao mesmo tempo esboço e obra sem intenção consciente. A figura não verbalizável e sem conceito que o anteceda.
O papel é o começo de tudo e dá oportunidade de fazer o gesto sem proposta.

Deborah Viana


*Foto - Renan Viana(Holga CFN - 120)*