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Cría Cuervos - 1976


Leia antes de escrever, para não recriar com dúvidas o que já existe.
Deborah Viana


O meu tipo de cinema é o do escapismo. Que funciona como um refúgio do nosso mundo real. Aquele que desperta imaginação sobre os que assistem, concretizando sobre ele um delírio visual e emocional deslumbrante.
Algo lindo de ser visto várias vezes:
The Fall (2006)
Direção: Tarsem Singh
Roteiro: Dan Gilroy, Nico Soultanakis, Tarsem Singh, baseado em roteiro de “Yo Ho Ho”, escrito por Valeri Petrov

Dois de Agosto



O que é viver só pelo o nosso mundo e não precisar de mais nada? Quando se está dentro de casa somente com as suas coisas, com seus livros, seus filmes e obrigações banais. Acordar as três da manhã ouvindo uma música programada que no meio dos seus sonhos acabou se infiltrando fazendo parte de uma perfeita sintonia, que infelizmente acaba quando para de tocar. É quando você acorda , perde seu sono por completo e começa a ter diversos devaneios cheios de preocupações, reações negativas de fatos do dia que nem surtiram efeito na correria.
É um quadro confortante e ao mesmo tempo atordoante.
O melhor é saber que dentro da mesma casa existem pessoas que te amam incondicionalmente e que sempre vão estar perto para te apoiar no que for preciso.
Hoje no meu quarto, antes de dormir liguei a tv e estava passando um filme que faz parte dos meus favoritos.
Não assisti.
Apenas escutei até dormir.
Deborah Viana

Faubourg Saint-Denis



- Sim?

- Thomas,escuta...

- Francine!

- Escuta... Ás vezes a vida exige uma mudança, uma transição; Como as estações! Nossa primavera foi maravilhosa, mas o verão acabou e deixamos passar nosso outono. E agora, de repente, faz frio, tanto frio que está tudo congelado. Nosso amor dormiu e a neve tomou-o de surpresa! E se algo dorme na neve, não sente a morte chegar! Cuide-se...

(...)

- Deixe-me sair!

- Francine, eu me lembro perfeitamente. Era 15 de Maio. A primavera tardava em chegar e se formavam nuvens de chuva. E você gritava.

- Bruno, por favor! Não agüento mais você!

- Olá? Estou ouvindo! Quem é Bruno?

- Estou ensaiando não percebe?

- Não, desculpe! ( Ela percebe que Thomas é cego)

- Não, desculpe-me.

- É atriz?

- Estou tentando! Hoje tenho uma apresentação. l

- No Conservatório?

- Sim.

- Que tipo de cena foi essa?

- É de um filme que atuei. Meu único até agora. Sou uma prostituta que é golpeada e violentada pelo seu gigolô. E ele a tranca em uma cela escura todo o dia e ela ficou louca. Mas no final eles se casam!

- Um gigolô e uma prostituta!?

- Merda! São dez horas? Tenho que estar lá às dez horas!

- Conheço um atalho, vamos?

- Espera...

- Por aqui!

- Está certo?

- Tudo certo!

(...)

- Isso foi rápido! Obrigada.

- Boa sorte.

(..)

- E claro, aceitaram. Deixar Boston e se mudar a Paris. Um pequeno apartamento em uma rua de Saint-Denis. Mostrei a ela meu bairro, meus bares, minha escola. Apresentei meus amigos, meus pais; Escutei-a enquanto ensaiava suas canções, suas esperanças, seus desejos. Sua música! E você escutou a minha. Meu italiano, meu alemão, meu russo. Dei-te um walkman e você uma almofada. E um dia ela me beijou! O tempo passou, o tempo voou. E tudo parecia tão fácil, tão simples! Livre, tão novo e único. Fomos ao cinema, fomos dançar fazer compras. Nós rimos você chorou. Nadamos, fumamos, nos machucamos. De vez em quando você gritava, sem razão. Ás vezes com razão, sim, às vezes com razão! Acompanhei-te até o Conservatório, estudei para minhas provas. Escutei suas canções, suas esperanças, seus desejos. Escutei sua música e você escutou a minha. Estávamos unidos, tão unidos, cada vez mais unidos! Fomos ao cinema, fomos nadar. Nós riamos juntos, você gritava as vezes com razão e as vezes sem razão! O tempo passou, o tempo voou. Acompanhei-te até o Conservatório, estudei para minhas provas. Escutou-me falar em italiano, alemão, russo e francês! Estudei para minhas provas! Você gritava, as vezes com razão... O tempo passou, sem razão! Você gritava sem razão! Estudei para minhas provas, provas, provas... O tempo passou e você gritava, gritava,gritava! Fui ao cenema.

- Bruno, estou morrendo aqui! Entende, estou morrendo! Abre! Alguém me ouve?

- Perdoe-me Francine!?

(...)

- Sim?

- Que foi, de repente caiu? Você desligou? É tão mal? Continua chateado com o Dayer?

- Não.

- Então me diga, você acredita nele? Estou vendo... Merda, não funciona assim! Como posso dizer – “ Nossa primavera foi maravilhosa, mas nosso verão terminou!” sem que pareça melodramático? O diretor gosta, tenho que encontrar uma forma. Thomas, está me ouvindo?

- Não, estou vendo você!


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É um dos diálogos mais lindos que já vi.
Curta-metragem contido no filme : Paris, je taime.




Tom Tikwer